FIAN Brasil comemorou 18 anos, venha conhecer essa história!

Em 2018 a FIAN Brasil – Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas comemorou 18 anos de trabalho no país. Um caminho longo, construído à base de muita solidariedade e lutas. A partir desse marco, decidimos registrar nossa história, atuação, conquistas e nossa metodologia nesta publicação que você tem acesso agora.

Neste Informe Institucional, além de contarmos nossa história, também falamos sobre os acompanhamentos de casos e as principais atividades que realizamos nos últimos três anos, quando mudamos nossa sede para Brasília; explicamos sobre o conceito do Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas; e apresentamos ainda uma entrevista com a Secretária-Geral da FIAN Internacional, Sofia Monsalve, contando um pouco da atuação da FIAN.

LEIA AQUI O NOSSO INFORME INSTITUCIONAL

Boa leitura!

Assembleia Geral da ONU adota a Declaração dos Direitos dos Camponeses

Nesta segunda-feira, 17 de dezembro de 2018, a 73ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU 73), em Nova Iorque, adotou a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Camponeses e Outras Pessoas que Trabalham nas Áreas Rurais. Agora que a Declaração é um instrumento legal internacional, a Via Campesina (LVC) e seus aliados se mobilizarão para apoiar os processos de implementação regionais e nacionais.

A votação representa o acúmulo de um processo histórico para as comunidades rurais. Com 121 votos a favor, 8 votos contra e 54 abstenções, o fórum da AGNU representando 193 Estados-membros, inaugurou um novo capítulo promissor na luta pelos direitos dos camponeses e outras comunidades rurais em todo o mundo. O processo de 17 anos, iniciado pelo movimento camponês internacional a Via Campesina, apoiado por numerosos movimentos sociais e organizações afins, como FIAN e CETIM, tem sido uma grande fonte de inspiração e fortaleceu as comunidades camponesas em todas as regiões do mundo.

2018 foi decisivo para o processo da Declaração:

  • Genebra: em abril, após 6 anos de negociações, o 5º Grupo de Trabalho Intergovernamental Aberto do Conselho de Direitos Humanos (CDH) concluiu os debates sobre o conteúdo, finalizando o texto. Em setembro, o HRC (39ª Sessão) aprovou a Declaração por maioria de votos.
  • Roma: em outubro, durante o 45ª Fórum do Comitê Global de Segurança Alimentar, a Via Campesina, juntamente com o Mecanismo da Sociedade Civil e com o apoio de vários países e instituições da ONU, organizou um evento político promovendo a Declaração no âmbito do Década para a Agricultura Familiar.
  • Nova York: em novembro, a Declaração chegou ao processo da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). No dia 19, ainda de novembro, a Declaração foi votada e aprovada por uma ampla maioria pela Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, responsável pelos assuntos sociais, humanitários e culturais. Por fim, o voto da Assembleia Geral da AGNU a partir desta terça-feira (17/12/2018) concluiu o processo de adoção. Uma nova etapa se seguirá, uma etapa de implementação, transformando as aspirações da Via Campesina em soluções para as lutas cotidianas da sociedade rural!

“Esta Declaração é uma ferramenta importante que deve garantir e concretizar os direitos dos camponeses e outros trabalhadores nas áreas rurais. Pedimos que todos os Estados implementem a Declaração de maneira consciente e transparente, garantindo aos camponeses e às comunidades rurais o acesso e o controle sobre a terra, as sementes dos camponeses, a água e outros recursos naturais. Como camponeses, precisamos da proteção e do respeito pelos nossos valores e do nosso papel na sociedade para alcançar a soberania alimentar ”, disse Elizabeth Mpofu, agricultora camponesa do Zimbábue e coordenadora geral da Via Campesina.

Como camponeses em todo o mundo, vamos nos mobilizar e nos uniremos em nossos respectivos países para pressionar pelo estabelecimento de políticas e estratégias que contribuam para o reconhecimento, fiscalização e a prestação de contas. As violações de nossos direitos por meio de grilagem de terras, despejos forçados, discriminação de gênero, falta de proteção social, fracasso de políticas de desenvolvimento rural e criminalização podem agora, com o reconhecimento internacional formal desta Declaração, ser abordadas com maior peso legal e político.

Os direitos dos camponeses são direitos humanos!

Globalize a luta! Globalize a esperança!

 

Por Comunicação da Via Campesina Internacional

Tradução Livre: Adilvane Spezia | MPA e Rede Soberania

Foto: Nick Papakyriazis

Aliança repudia nomeação de André Moura ao cargo de diretor da Anvisa

Deputado é réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal por desvio de recursos públicos;
Nota de repúdio foi enviada ao Senado Federal

Após publicação hoje, 18, no Diário Oficial da União, de que o deputado federal André Moura é o novo indicado de Michel Temer à diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, formada por mais de 30 organizações da sociedade civil, enviou uma carta de repúdio ao Senado Federal, pedindo que os parlamentares rejeitem a decisão.

O deputado é réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal por desvio de recursos públicos, sendo dois deles relacionados à Operação Lava Jato. Ainda, de acordo com a carta, não possui nenhuma experiência na área da saúde pública.

“O artigo 5º da lei 9.986/2000, de gestão de recursos humanos nas agências reguladoras, dispõe que os membros da Diretoria devem ter reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados”, diz um trecho do texto.

Para Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e membro do comitê gestor da Aliança, a indicação à diretoria deve ser rejeitada imediatamente. “Dado o relevante papel da Anvisa para garantia e defesa da saúde pública no Brasil, acreditamos que a competência técnica e a ética da agência precisam ser priorizadas”, afirma.

 

Fonte: Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável/ Crédito foto: Wilson Dias/Agência Brasil