
O site da FIAN está passando por uma reformulação! Ainda assim, neste momento, você pode ter acesso a todo nosso conteúdo. Aguardamos em breve seu retorno ao site renovado!
O site da FIAN está passando por uma reformulação! Ainda assim, neste momento, você pode ter acesso a todo nosso conteúdo. Aguardamos em breve seu retorno ao site renovado!
Texto: Nanda Barreto
O Brasil deu mais um passo decisivo na reconstrução de suas políticas públicas. Na última sexta-feira (13), no auditório da Presidência da República, em Brasília, foram empossados os novos conselheiros e conselheiras do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) para o mandato 2025–2027.
O ato, carregado de simbolismo, reforça a retomada da participação social nas decisões que afetam diretamente o direito humano à alimentação e à nutrição adequadas (Dhana).
A FIAN Brasil, parceira histórica do Consea e referência na defesa do Dhana, está entre as organizações da sociedade civil que integram o novo colegiado e atuará principalmente no segmento de mobilização. Para a FIAN, permanecer nesse espaço é reafirmar o compromisso com a justiça social, a soberania alimentar e a democracia.
Representando a FIAN na posse, o secretário-geral Pedro Vasconcelos, também suplente da presidenta Mariza Rios, fez referência à metáfora do rio – uma imagem que atravessou as reflexões dos três dias de encontro, inclusive na fala de posse da presidenta do Consea, Elisabetta Recine. Um rio sinuoso, de muitos afluentes, mas também comprimido por margens institucionais e políticas que exigem inteligência e articulação para serem transpostas. “Nosso desafio é justamente esse: conduzir esse rio diverso, sem ignorar os constrangimentos que precisamos enfrentar com estratégia e incidência qualificada.”
Vasconcelos também destacou que o trabalho de incidência e monitoramento não pode se limitar aos momentos formais de reunião. “Nosso papel é antes, durante e depois das plenárias. Precisamos agir com base em dados concretos, fortalecendo a escuta dos territórios e denunciando violações sempre que necessário.” Veja vídeo com comentários dele e de outras pessoas presentes.
Diversidade e ação coletiva
A pluralidade de vozes e lutas marcou o encontro e reafirmou o caráter coletivo do Conselho. Laís Amaral, do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), ressaltou a prioridade em garantir ambientes alimentares saudáveis para todas as pessoas consumidoras do país.
Cristiane Julião Pankararu, da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), trouxe a urgência da demarcação dos territórios indígenas como condição essencial para a soberania e a segurança alimentar. “A insegurança alimentar dos povos indígenas está profundamente ligada aos projetos que impactam os nossos territórios, especialmente à ausência de demarcação.”
Maria Alaídes, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), fez um chamado direto: “O tempo nos convida a agir. O Consea já deu passos largos até aqui, mas é preciso avançar mais”.
Compromisso renovado
A FIAN Brasil também celebra a recondução de Elisabetta Recine à presidência do conselho. Em sua fala, Recine reforçou o caráter estratégico deste novo ciclo. “Que o tempo que ainda temos em 2025 e o que teremos em 2026 sejam marcados por um trabalho dedicado a fortalecer as políticas e programas que garantem os nossos objetivos.”
Extinto em 2019 e recriado em 2023, como um dos primeiros atos do terceiro mandato do presidente Lula, o Consea volta a ocupar seu papel como espaço central na formulação, monitoramento e defesa de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da fome. Hoje, a instância conta com 72 conselheiros e conselheiras – dois terços da sociedade civil e um terço do governo federal – e integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), com a missão de garantir, de forma permanente, o direito humano à alimentação para todas as pessoas.