Conferência sobre direitos dos povos indígenas no MS recebe relator da CIDH

“Marco temporal não”: faixa em retomada na TI Panambi – Lagoa Rica, em Douradina (MS), que esteve sob ataque contínuo em 2024. Foto: Gabriel Schlickman

Com informações do Cimi

O Mato Grosso do Sul será, na próxima semana, ponto de encontro entre academia, territórios e organismos internacionais de defesa de direitos. Nos dias 20 e 21 de agosto, o comissário Arif Bulkan, relator para os Povos Indígenas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), estará no estado para uma série de diálogos com lideranças indígenas, pesquisadores e organizações indigenistas, além de visitas a territórios emblemáticos na luta por direitos.

No contexto do XXII Congresso Internacional de Direitos Humanos, Bulkan participa da Conferência sobre os Direitos dos Povos Indígenas na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), no dia 20, e na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no dia 21, sempre às 19h30. A programação inclui mesas de debate, encontros com representantes da Aty Guasu e do Conselho Terena, além de deslocamentos a comunidades, tomando como referência contextos acompanhados pela CIDH. Representantes dos povos Terena, Kinikinau e Kadiwéu, do Pantanal, os Guarani e Kaiowá, localizados no Cone Sul, e os Avá-Guarani, que ocupam o oeste do Paraná, também participam das atividades,

A FIAN Brasil acompanha de perto e luta ao lado desses povos, em especial as comunidades Apyka’i, Guaiviry, Kurusu Ambá, Ñhanderu Marangatu e Ypo’í. Desde 2005, a organização atua na denúncia de violações, sobretudo do Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas (Dhana), tanto em instâncias nacionais quanto internacionais, como ONU, CIDH e União Europeia. O trabalho envolve ações de advocacy, incidência política e exigibilidade de políticas públicas voltadas aos territórios tradicionais, com atenção especial às áreas de retomada.

Adelar Cupsinski, assessor de Direitos Humanos da FIAN Brasil acompanha as atividades no MS

“Trabalhamos lado a lado com as comunidades e em articulação com a Aty Guasu, Aty Jovem, o Cimi e a Justiça Global, entre outras organizaçõees parceiras”, explica Adelar Cupsinski, assessor de Direitos Humanos da FIAN Brasil, que acompanhará atividade, representando também a FIAN internacional. “Nosso papel é fortalecer as vozes que já existem nos territórios, apoiar a denúncia das violações e pressionar por políticas que garantam o Dhana na prática. Cada reunião, cada visita e cada diálogo é parte dessa construção coletiva por justiça e dignidade.”

Organização  
A visita do comissário e relator da CIDH tem como organizadores a Aty Guasu, o Conselho do Povo Terena, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a FIAN Brasil, a FIAN Internacional, a Justiça Global, UFMS, UFGD, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e o Grupo de Pesquisas Variações Antropológicas (UEMS/PPGANT/UFGD).