Significado dos avanços e desafios no vigésimo aniversário da FIAN Brasil
Ana María Suárez Franco – representante permanente da FIAN Internacional em Genebra
Com estas palavras quero fazer um breve reconhecimento ao trabalho da FIAN Brasil em seus 20 anos de luta pelo direito à alimentação. Eles certamente não abrangem todo o esforço valioso que colocaram em seu trabalho e os desafios que enfrentam. No entanto, esse olhar de fora visa juntar as vozes de muitas outras pessoas que comemoram esses 20 anos reconhecendo sua valiosa contribuição.
Quando comecei a trabalhar como estagiária na FIAN em 2002, a FIAN Brasília estava em Goiânia. Seu trabalho já era muito relevante, principalmente nas questões de acesso à terra e na defesa do direito à alimentação diante do despejo e do impacto das monoculturas e dos agrocombustíveis. Nesse tempo, se minha memória não me trair, o trabalho foi feito principalmente com os movimentos que lutavam pela terra. A FIAN Brasil também apoiou as comunidades quilombolas.
Mais ou menos entre 2009 e 2011 a FIAN Brasil teve várias mudanças relevantes. Eles passaram a trabalhar sobre o direito à alimentação de uma perspectiva mais abrangente, incluindo discussões sobre Governança Alimentar em nível nacional, participando de discussões em torno do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e contribuindo para reuniões internacionais sobre o direito à alimentação e à nutrição do que no período foram organizados em Brasília e no exterior. Isso aconteceu em um momento em que as políticas e instituições públicas brasileiras deram grandes passos que constituíram um exemplo para o mundo no que se refere ao direito à alimentação. A partir dessa época também lembro como mudança relevante a mudança do escritório para Brasília, o que ampliou as possibilidades de interação com as autoridades nacionais.
Também de grande importância foi o início do acompanhamento das Comunidades Guarani e Kaiowá, a documentação de sua situação na perspectiva do direito à alimentação e à nutrição e a apresentação de uma petição perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a qual foi admitida e está em andamento. Nesse trabalho, que continua até hoje, a cooperação com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) tem gerado um grande aprendizado. Este apoio continua. Em estreita colaboração com o Cimi e com o Secretariado Internacional da FIAN, a FIAN Brasil tem contribuído para trazer as vozes que contam as realidades cruéis que vivem os Guarani e Kaiowá, incluindo suas reivindicações pela terra, contra o genocídio e as violações do direito à alimentação, perante o Sistema Internacional de Direitos Humanos da ONU e as autoridades europeias. Nesse contexto, apresentaram o caso ao Comitê Desc, ao Conselho de Direitos Humanos e aos três últimos relatores especiais de Direitos Humanos para o Direito à Alimentação e ao último relator para Pobreza Extrema e Direitos Humanos. Essas autoridades da ONU obtiveram, entre outras, várias recomendações ao Estado brasileiro, defendendo-o para respeitar, proteger e garantir os direitos das comunidades. O trabalho de advocacia no Parlamento Europeu resultou numa resolução de apoio às comunidades. Todas essas recomendações são instrumentos que fortalecem a luta pelo Tekoha dos Guaraní e Kaiowá. Uma luta que ainda representa um imenso desafio.
Em nível regional, nas Américas, a FIAN Brasil tem sido uma das seções-chave na formação da articulação regional, apoiando essa cooperação com suas ideias. Isso também implicou a definição e implementação de estratégias em nosso trabalho perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos.
Eu, como representante permanente da FIAN Internacional em Genebra, valorizo o papel que a FIAN Brasil desempenhou durante o processo de negociação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Camponeses, Camponesas e Outras Pessoas que Trabalham em Zonas Rurais, bem como processos relacionados, incluindo as discussões do Comitê Desc para a adoção de um Comentário Geral sobre a Terra e os Desc [direitos econômicos, sociais e culturais], ou os esforços da sociedade civil para conduzir a transição para um mundo livre de agrotóxicos. Nesse contexto, a FIAN Brasil tem contribuído para manter nossos parceiros no Brasil informados sobre esses processos e para levar as análises e propostas do movimento pelo direito à alimentação no Brasil aos respectivos debates internacionais. Participou de negociações na ONU em Genebra, apoiou a participação de representantes das comunidades de base nesses espaços e liderou a elaboração de um estudo sobre Agrotóxicos e Direito à Alimentação, realizado pelas seções do FIAN na América Latina, que será publicado em breve.
A FIAN Brasil também desempenhou um papel útil e n a conexão entre o processo internacional no âmbito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, para a adoção de um Instrumento Vinculativo (um tratado) sobre Empresas Transnacionais e Outros Negócios em Direitos Humanos, participando dos debates e contribuindo para os debates em nível brasileiro.
Infelizmente os tempos mudaram e o ambiente político que apoiava o direito à alimentação e reconhecia as contribuições da sociedade civil e a importância da participação das comunidades de base na elaboração e monitoramento das políticas no Brasil foi deixado para trás. Hoje a sociedade brasileira vive um regime hostil e autoritário, que ignora os direitos humanos e ataca frontalmente os povos indígenas, as mulheres, a população LGTBI e os defensores dos direitos humanos. O Consea foi desmontado, medidas regressivas de direitos humanos foram adotadas e a militarização da sociedade instigou o pânico naqueles que antes defendiam as agendas dos Desc.
Acho que, nesse novo contexto, a FIAN Brasil tem um trabalho muito importante. Assim como fez quando mobilizou as ações que buscavam impedir o desmantelamento do Consea, infelizmente sem o efeito final pretendido, agora a FIAN Brasil deve continuar seu papel de guardiã atenta e defensora do direito à alimentação e direitos conexos. Isso implica em um grande investimento de energia no fortalecimento de alianças e na ampliação de convergências que permitam à sociedade civil brasileira criar uma massa crítica mais forte em defesa dos avanços que fez nos últimos anos. Um desafio titânico, mas fundamental!!! O trabalho também envolve a denúncia de situações de criminalização de defensores dos direitos humanos, incluindo líderes de comunidades de base que são atacados diretamente.
Embora as medidas regressivas já tenham começado, a Covid-19 acumula-se com as crises existentes e, em muitos casos, é usada pelos governos para justificar novas medidas regressivas. Esta nova crise, que aprofunda outras já existentes, também cria um novo desafio para a FIAN Brasil. Enquanto os olhos do mundo estão voltados para a crise da saúde, nosso trabalho como FIAN no Brasil e no mundo também exigirá chamar a atenção para os impactos que a pandemia está gerando sobre o direito à alimentação e à nutrição. Somos chamados a propor medidas de contenção e recuperação que avancem na transição para sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e justos. É fundamental que a FIAN Brasil, junto com seus aliados, proponha e exija medidas que respeitem, protejam e garantam o Dhana, especialmente para as comunidades marginalizadas, incluindo povos indígenas, quilombolas, camponeses e pescadores artesanais, entre outros. Neste contexto, a FIAN Brasil tem o novo desafio de estar alerta, documentar e resistir a novas violações do direito à alimentação, ao mesmo tempo que aprende com as respostas inovadoras e solidárias das comunidades de base e dá-lhes visibilidade. Sem dúvida, para fazer este trabalho sem se colocar em perigo, também neste aspecto é imprescindível o fortalecimento de suas alianças atuais e a ampliação de suas convergências.
Em minha opinião, a FIAN Brasil também poderia se beneficiar com a adoção de abordagens inovadoras que continuam a se enquadrar no conceito holístico de direito à alimentação e apoio à luta dos movimentos sociais e comunidades de base, reconhecendo-os, como sempre fez, como agentes de mudança, titulares dos direitos humanos, que possuem o conhecimento e a força para continuar lutando pela realização do direito à alimentação. Levando em consideração os desafios apresentados pelas atividades das grandes corporações para a efetivação do direito à alimentação e os desafios gerados pela destruição ecológica e pelas mudanças climáticas, acredito que continuar e aprofundar o trabalho dessas lutas seria fundamental para o setor.
Quero também agradecer o excelente trabalho que o Conselho de Administração e a equipe da Secretaria Executiva da FIAN Brasil têm feito para alcançar tudo o que conquistaram até agora. É importante que continuem com o seu compromisso institucional, aproveitando a grande experiência adquirida ao longo destes 20 anos. Além disso, acredito que é fundamental que a FIAN Brasil continue a envolver jovens de diversas disciplinas e regiões do Brasil em sua equipe e a treiná-los em nossos valores fianistas, para garantir que a instituição se mantenha, fortaleça-se e continue a desempenhar um papel relevante no movimento de direitos humanos no Brasil, na região e no mundo. Esse aprendizado e treinamento permanente, no entanto, representa um grande desafio. Garantir a sobrevivência econômica das organizações para as quais trabalhamos um mundo mais justo é difícil em tempos de recessão. Esse desafio é maior também porque os fundos internacionais para organizações de direitos humanos, especialmente na América Latina, diminuem notavelmente. Assim, o trabalho para garantir os recursos que permitam ao setor dar continuidade ao seu trabalho também será essencial para garantir mais 20 anos de trabalho contra as injustiças.
Agradeço muito à FIAN Brasil por esses 20 anos de grande compromisso com o direito à alimentação e à nutrição.
Foto: Alex Del Rey/FIAN Internacional
Texto original (em
espanhol)
Co-construyendo
el Futuro del Derecho a la Alimentación en Brasil sobre Raíces Profundas en
Tiempos Borrascosos: importancia
avances y desafíos en el vigésimo aniversario de FIAN Brasil
Ana María Suárez Franco – Representante Permanente de FIAN Internacional en Ginebra
Con estas palabras quiero hacer un corto
reconocimiento al trabajo de FIAN Brasil en sus 20 años de lucha por el derecho
a la alimentación. Sin duda ellas no abarcan todo el valioso empeño que han
puesto en su labor y en los desafíos que confrontan. No obstante, esta mirada
desde afuera pretende unirse a las voces de muchas otras personas que celebran
estos 20 años reconociendo su valioso aporte.
Cuando yo entré a trabajar como practicante a FIAN en
2002, FIAN Brasilia estaba en Goiânia. Su trabajo ya era muy relevante,
especialmente en los temas de acceso a la tierra y la defensa del derecho a la
alimentación frente al desalojo y el impacto de los monocultivos y los agro-
combustibles. Durante esta época, si mi memoria no me traiciona, el trabajo se
hacía principalmente con los movimientos que luchaban por la tierra. FIAN
Brasil además apoyaba las comunidades Quilombola.
Más o menos entre 2009 y 2011 FIAN Brasil tuvo varios
cambios relevantes. Pasaron a trabajar sobre el derecho a la alimentación desde
una perspectiva más integral, incluyendo las discusiones sobre Gobernanza
Alimentaria a nivel nacional, participando en las discusiones alrededor del Consea
y contribuyendo a las reuniones internacionales sobre el derecho a la
alimentación y la nutrición que en la época se organizaron en Brasilia y en el
exterior. Esto sucedió en tiempos en los cuales las políticas públicas e
instituciones brasileras tuvieron grandes avances que han sido ejemplo para el
mundo en materia del derecho a la alimentación. De esta época también recuerdo
como un cambio relevante el paso de la oficina a Brasilia, que amplió las
posibilidades de interactuar con las autoridades nacionales.
También de gran importancia fue el inicio del
acompañamiento a las Comunidades Guarani y Kaiowa, la documentación de su
situación desde la perspectiva del derecho a la alimentación y la nutrición y
la presentación de una petición ante la Comisión Interamericana de Derechos
Humanos, que ha sido admitida y se encuentra en curso. En este trabajo, que se
extiende hasta hoy, la cooperación con Cimi ha generado un gran aprendizaje.
Este apoyo continúa. En estrecha colaboración con Cimi y con el Secretariado
Internacional de FIAN, FIAN Brasil ha contribuido a llevar las voces que
cuentan las crueles realidades que viven los Guarani & Kaiowá, incluyendo
sus demandas por la tierra, contra el genocidio y en cuanto a las violaciones a
su derecho a la alimentación, ante el Sistema Internacional de Derechos Humanos
de la ONU y las autoridades europeas. En este marco, han presentado el caso
ante el Comité Desc, el Consejo de Derechos Humanos y ante los tres últimos
Relatores Especiales de Derechos Humanos sobre el Derecho a la Alimentación y
el último relator sobre Pobreza Extrema y Derechos Humanos. De estas
autoridades de la ONU se han obtenido, entre otras, diversas recomendaciones al
estado brasilero, avocándolo a respetar, proteger y garantizar los derechos de
las comunidades. El trabajo de incidencia en el Parlamento Europeo dio como
fruto una resolución en apoyo a las comunidades. Todas estas recomendaciones
son instrumentos que fortalecen la lucha por el Tekoha de los Guaraní y Kaiowá.
Una lucha que aún representa un inmenso desafío.
A nivel regional, en las Américas, FIAN Brasil ha sido
una de las secciones clave en la conformación de la articulación regional,
apoyando con sus ideas a dicha cooperación. Esto ha implicado también la
definición e implementación de estrategias sobre nuestro trabajo ante el
Sistema Interamericano de Derechos Humanos.
Yo, como representante permanente de FIAN
Internacional en Ginebra, valoro el rol que FIAN Brasil jugó durante el proceso
de negociación de la Declaración de Naciones Unidas sobre los Derechos de los
Campesinos, Campesinas y Otras Personas que Trabajan en áreas Rurales, así como
procesos relacionados, incluyendo los debates del Comité Desc hacia la adopción
de una Observación General sobre Tierra y Desc, o los esfuerzos de la sociedad
civil por impulsar la transición hacia un mundo libre de pesticidas. En este
marco FIAN Brasil ha contribuido a mantener informadas a nuestras parceras en
Brasil sobre dichos procesos y a llevar el análisis y las propuestas del
movimiento del derecho a la alimentación en Brasil a los respectivos debates
internacionales. En este marco FIAN Brasil ha participado en negociaciones en
la ONU en Ginebra, ha apoyado la participación de representantes de las
comunidades de base en esos espacios y ha liderado la elaboración de un estudio
sobre Pesticidas y Derecho a la Alimentación, realizado por las secciones de
FIAN en América Latina, que será publicado próximamente.
FIAN Brasil también ha jugado un rol útil en la
conexión entre el proceso internacional en el marco del Consejo de Derechos
Humanos de Naciones Unidas, para la adopción de un Instrumento Vinculante (un
tratado) sobre Empresas Transnacionales y Otros Negocios con respecto a los
Derechos Humanos, participando en los debates y contribuyendo a los debates a
nivel brasilero.
Desafortunadamente los tiempos han cambiado y el
ambiente de políticas que apoyaban al derecho a la alimentación y reconocían
los aportes de la sociedad civil y la importancia de la participación de las
comunidades de base en la elaboración y monitoreo de políticas en Brasil han
quedado atrás. Ahora la sociedad brasilera se encuentra bajo un régimen hostil
y autoritario, que desconoce los derechos humanos y ataca frontalmente a los
pueblos indígenas, las mujeres, la población LGTBI y a las personas defensoras
de derechos humanos. Se ha desmantelado el Consea, se han adoptado medidas
regresivas en cuanto a los derechos humanos y la militarización de la sociedad
ha infundido el pánico en quienes otrora han impulsado las agendas en materia
de Desc.
Yo pienso que en este nuevo contexto FIAN Brasil tiene
una labor muy importante. Así como lo hizo cuando movilizó las acciones que
buscaron impedir el desmantelamiento del Consea, desafortunadamente sin el
efecto final buscado, ahora FIAN Brasil deberá continuar con su rol de atenta
guardiana y defensora del derecho a la alimentación y los derechos
relacionados. Esto implica una gran inversión de energía en el fortalecimiento
de alianzas y la ampliación de las convergencias que le permitan a la sociedad
civil brasilera crear una masa crítica más fuerte defender los avances que ha
logrado en los últimos años. Un desafío titánico, pero fundamental !!! Este
trabajo también implica la denuncia de situaciones de criminalización a las
personas defensoras de derechos humanos, incluyendo a las personas líderes de
las comunidades de base que son directamente atacadas.
Si bien las medidas regresivas ya habían comenzado, el
COVID-19 se ha acumulado con las crisis existentes y en muchos casos es
utilizado por los gobiernos para justificar medidas regresivas adicionales.
Esta nueva crisis, que profundiza otras preexistentes, también genera un nuevo
desafío para FIAN Brasil. Mientras los ojos del mundo están enfocados en la
crisis sanitaria, nuestro trabajo como FIAN en Brasil y en el mundo, también
requerirá llamar la atención sobre los impactos que la pandemia está generando
en el derecho a la alimentación y la nutrición. Estamos llamadas a proponer
medidas de contención y recuperación que avancen en la transición hacia
sistemas alimentarios más saludables, sostenibles y justos. Es fundamental que
FIAN Brasil, junto con sus aliadas, proponga y exija medidas que respeten,
protejan y garanticen el DHANA, especialmente para las comunidades marginadas,
incluyendo los pueblos tradicionales, pueblos indígenas, comunidades
quilombolas, campesinas y pescadoras, entre otras. En este contexto, FIAN Brasil tiene el nuevo
desafío de estar alerta documentar y resistir nuevas violaciones del derecho a la
alimentación, mientras aprende de las respuestas innovadoras y solidarias de
las comunidades de base y les da visibilidad. Sin duda, para hacer este trabajo
sin ponerse en peligro, en este aspecto también el fortalecimiento de sus
actuales alianzas y la ampliación de sus convergencias resulta fundamental.
En mi opinión FIAN Brasil podría también beneficiarse
de la adopción de enfoques innovadores, que se sigan enmarcando dentro del
concepto holístico del derecho a la alimentación y el apoyo a la lucha de los
movimientos sociales y las comunidades de base, reconociéndolos, como siempre
ha hecho, como agentes de cambio, titulares de derechos humanos, que poseen el
conocimiento y la fuerza para seguir luchando por la realización del derecho a
la alimentación. Teniendo en cuenta los desafíos que presentan las actividades
de las grandes corporaciones para la realización del derecho a la alimentación
y los desafíos que generan la destrucción ecológica y el cambio climático, creo
que continuar y profundizar el trabajo desde estas luchas sería fundamental
para la sección.
También quiero reconocer el gran trabajo que la Junta
Directiva y el equipo del Secretariado Ejecutivo de FIAN Brasil ha hecho para
alcanzar todo lo que han logrado hasta ahora. Es importante que sigan con su
compromiso institucional, aprovechando la gran experiencia que han ganado
durante estos 20 años. Más allá, creo que es fundamental que FIAN Brasil siga
involucrando gente joven de diversas disciplinas y regiones de Brasil en su
equipo y formándola en nuestros valores FIANistas, para asegurar que la
institución permanezca, se fortalezca y siga jugando un rol relevante en el
movimiento de derechos humanos en Brasil, en la región y en el mundo. Este
permanente aprendizaje y capacitación, sin embargo, representan un gran
desafío. Asegurar la supervivencia económica de las organizaciones que
trabajamos por un mundo más justo se dificulta en tiempos de recesión. Este
desafío es mayor, también porque los que los fondos internacionales para las
organizaciones de derechos humanos, especialmente en América Latina, disminuyen
notablemente. Así, el trabajo por asegurar los recursos que permitan a la
sección continuar con su labor también será fundamental para asegurar otros 20
años de trabajo contra la injusticia.
Mil
gracias FIAN Brasil por estos 20 años de gran compromiso por el derecho a la
alimentación y la nutrición.