Atlas do Diabetes também aponta que Brasil é o quinto país com maior número de caso
Por Phillippe Watanabe/ Folha de São Paulo
Cerca de 463 milhões de adultos, ou 9% da população, têm diabetes em 2019, mas metade delas não sabe disso, segundo dados do Atlas do Diabetes, lançado nesta quinta (14).
O Brasil é o quinto país com maior número de pessoas com a condição, mas cerca de 46% (7,7 milhões) das pessoas que têm a doença não estão cientes disso.
Segundo as informações do relatório, a maior parte das pessoas com diabetes (79%) vive em países em desenvolvimento, como o Brasil. A maioria dos casos de diabetes no mundo é do tipo 2, relacionado a hábitos de vida não saudáveis, como dietas, falta de atividade física e obesidade.
Já o diabetes tipo 1 é uma deficiência autoimune que surge em geral na infância e na adolescência e prejudica a produção da insulina, responsável por manter os níveis de glicose no sangue normais.
A tendência é que, até 2030, 578 milhões de pessoas no mundo tenham a doença e que esse número chegue a 700 milhões de adultos em 2045 (pouco mais de 10% da população mundial).
Ao todo, cerca de 231 milhões de pessoas vivem com diabetes não sabem que estão com o problema. O relatório afirma que o desconhecimento mostra a necessidade urgente de melhorar a detecção do diabetes para que o tratamento seja oferecido e as complicações da doença possam ser evitadas.
Segundo projeções, o diabetes e suas complicações relacionadas levaram à morte de 4,2 milhões adultos em 2019. Estimativas apontam que a doença está associada a 11% de todas as mortes ocorridas em pessoas entre 20 e 79 anos.
Um dos problemas dessas mortes é o impacto econômico que elas causam, já que atingem parte da população economicamente ativa.
O relatório aponta que os custos mundiais diretamente relacionados ao diabetes, em pessoas entre 20 e 79 anos, cresceram de US$ 232 bilhões em 2007 para US$ 727 bilhões em 2017.
Para 2019, a estimativa é que os gastos cheguem a US$ 760 bilhões (pouco mais de R$ 3 trilhões).
Considerando as projeções de crescimento do número de pessoas com a condição, o relatório projeta, de modo conservador, que os gastos aumentarão cerca de 8% até 2030 e 11% até 2045.
Fonte: Folha de São Paulo