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As novas gerações de lideranças indígenas estão mobilizadas e com os olhos no horizonte. A FIAN Brasil avança de mãos dadas com esse movimento. Na próxima quarta-feira (23), a organização participa do 10º Encontro da Juventude Indígena Guarani Kaiowá e Ñandeva, em Antônio João (MS), com a oficina “Juventude que planta ideias, colhe mudanças”.
A proposta é refletir sobre o papel das políticas públicas no enfrentamento da insegurança alimentar e na valorização das culturas alimentares indígenas, colocando os saberes e as vozes da juventude no centro do debate. Mais de 400 jovens são esperados para o encontro, que acontece na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, território emblemático de resistência.
Segundo Luana Cunha, assessora de Políticas Públicas da FIAN Brasil, a atividade buscará promover o acesso à informação de forma lúdica e participativa, reconhecendo a juventude como protagonista da transformação. “Estamos preparando uma oficina que favoreça o diálogo, a troca de saberes e a construção coletiva de estratégias para fazer valer direitos historicamente negados”, afirma Luana.
Entre os temas abordados estão dois instrumentos fundamentais para garantir comida de verdade nas aldeias: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA Indígena). “Ambos têm potencial para fortalecer a agricultura tradicional, dinamizar economias locais e afirmar o direito à alimentação como um direito dos povos, não como concessão do Estado”, acrescenta a assessora.
Construção coletiva, direitos indissociáveis
A oficina é fruto de uma construção coletiva baseada na parceria com a Retomada Aty Jovem (RAJ), instância organizativa da juventude Guarani Kaiowá e Ñandeva. Para Adelar Cupsinski, assessor de Direitos Humanos da FIAN Brasil, o processo de escuta e colaboração foi essencial. “Toda a atividade foi pensada em diálogo com os jovens, atendendo às suas prioridades. Essas são as lideranças que vão sustentar conquistas e seguir avançando. O que estamos vendo é uma geração crítica, articulada e comprometida com o futuro de seus povos.”
Adelar destaca ainda que a insegurança alimentar e nutricional dos povos indígenas é estrutural no Brasil, agravada por conflitos fundiários, mudanças climáticas e violências ligadas aos processos de migração forçada e à negação de direitos básicos.
Em campo
A equipe da oficina será composta também com Paula Gabriela Chianca, assessora de Direitos Humanos da FIAN Brasil, e com Débora Olimpio, assessora executiva e de pesquisa do Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ). As reflexões colhidas ao longo da oficina serão sistematizadas e integrarão a carta final do encontro, como contribuição concreta à continuidade da luta.
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